Título:Híbrida- Neblina e Escuridão
Autor(a):Mari Scotti
Editora:Novo Século
ISBN:9788576799542
Páginas:288
Ano de publicação:2013
Por toda vida Ellene teve a
sensação de ser diferente de seus irmãos e dos moradores de sua vila, pois não
adquiriu características de lobisomem como era esperado, e afastava-se cada vez
mais desta natureza. Com um espírito rebelde, resolve desvendar o passado em
busca de sua verdadeira origem. O que não planejava era entrar no meio de uma
rixa entre vampiros, a raça que aprendeu a temer e odiar desde menina. Para
piorar, seus pesadelos voltaram: sonhos com um homem misterioso de olhos
ameaçadores, envolvido por uma densa neblina. Há quase cem anos a rainha dos
vampiros fora sequestrada e seu marido, Milosh, desde então busca
incessantemente encontrá-la. O tempo é escasso e as autoridades do Conselho
desejam eleger um rei omisso e cruel em seu lugar. Na tentativa de tardar a
mudança, ele se une a maior inimiga da rainha. Qualquer erro pode condená-lo a
morte e subjugar todos os seus iguais. Ellene e Milosh mal sabem que o que
buscam os colocará frente a frente, em uma trama de intrigas, poder, amor e
ódio.
Depois de um bom tempo sem ler um livro nacional, me dispus a
ler Híbrida. A Obra da querida autora Mari Scotti é narrada em terceira pessoa
e se alterna em dois núcleos que giram em torno de Ellene e Milosh.
Apesar de ter sido criada por lobisomens em uma vila repleta
desses seres licantropos, Ellene se sente diferente de seus amigos e sua
família. Ela acredita possuir o gene da licantropia e acha estranho o fato de
ainda não ter se transformado. Decide, então, investigar o passado, afim de
descobrir os motivos de não se sentir parte integrante de seu grupo. Em busca
de sua identidade ela acaba se cruzando com aqueles que deveriam ser seus
piores inimigos: Os Vampiros.
O vampiro Milosh vive há quase um século em busca do seu amor
perdido: A Rainha Elizabeth, que foi sequestrada. Em meio ao seu sofrimento
Milosh acredita estar mantendo contato telepático com a rainha e acredita que a
mesma se encontra viva, ainda. Milosh arquiteta um perigoso plano tentando fazer
com que o trono seja mantido para Elizabeth e na esperança de encontrá-la. Para
colocar o plano em prática ele conta com a ajuda de Heidi, uma poderosa
mestiça, meio humana, meio vampira.
As vidas de Milosh e Ellene se cruzam e eles percebem que a
ligação entre eles não é recente, logo se estabelece um misto de curiosidade e
atração por ambas as partes.
O cenário
escolhido pela a autora não poderia ser mais brasileiro: a cidade de São Paulo,
que, apesar de não conhecer pessoalmente, consegui imaginar muito bem o espaço
em que decorrem os fatos.
A
delicadeza e a elegância da Mari ao construir a estória é altamente
perceptível, sobretudo nas cenas que sugerem atos sexuais.
Híbrida
resgata a essência dos vampiros de dentes hipertrofiados, e que sofrem aversão
a luz. A obra também nos propõe a procriação de crianças a partir da interação
sexual entre vampiros e humanos. Heidi, uma das personagens do núcleo
vampiresco, é uma mestiça.
Fazendo uma inferência a obra, posso dizer que, de uma forma
metafórica, conseguimos estabelecer uma conexão com a Ellene. Em seu livro,
Mari trata basicamente sobre as transformações, tanto físicas quanto
psicológicas pelas quais passamos durante adolescência. O nosso desejo de buscar nossas
origens e encontrar o nosso eu, encontrar um lugar onde podemos nos sentir
integrados e participantes.
Vale ressaltar que o livro é apenas o primeiro de uma série, e dizer que aguardo ansiosamente pelas sequências.
Beijo
Néury Queiroz